estar em
missão como estar na vida é ser esquizofrénico. ou ontem avaliávamos uma opção
hoje levantamo-nos a dizer algo como: isso é tudo
muito bonito mas onde levo as minhas duas malas de 23kg cada? mais a de dez! e
mais as minhas, acrescentei
eu. à tarde já
estávamos numa de: ok isto é tudo muito bonito
mas eu quero voltar a ter fins de semana. eu até já andei a pesquisar termas.
discutimos
assuntos a sérios a brincar. desconstruímos os assuntos. desconstruímo-nos e
falamos a brincar como quem fala a sério ainda que entre nós não passe de uma
brincadeira. não o é. no momento seguinte saímos para uma atividade e passamos
de alegria e brincadeiras sem sentido para organizar uma atividade, cultivando
silêncios e reflexão. partilhamos piadas com olhares e gargalhamos para dentro.
até irmos a caminho de casa e poder rir a voz alta do que aconteceu. e entre
gargalhadas e brincadeiras falar a sério. e entre assuntos sérios fazer piadas.
assim se cresce. nesta mixórdia, neste caos organizado e com sentido. a vida
não existe para que a levemos a sério. até os desafios se vivem melhor quando
ao olhar uma para a outra fazemos piadas das nossas sextas à noite sem cervejas
nem bar nem esplanada à beira-mar. há anatomia de grey e batatas no forno e está
tudo bem. ontem adormeci com dores de crescimento. hoje adormeço a sorrir como
quem se repete está tudo bem. passo a passo construímos caminhos. pouco a
pouco deixamos a vida acontecer-nos. pouco a pouco deixamos a vida
florescer-nos.
vivemos na esquizofrenia de não sentir vontade de sair. e quando saímos não querer voltar do tanto que nos sentimos bem. vivemos entre as lágrimas e o sofrimento dos desafios que se avizinham e piadas mais sem sentido da nossa condição e das loucuras que fazemos. adorava explicar-vos como foi difícil caminhar juntas ao início. mas e porque queremos, porque nos predispomos a percorrer juntas este caminho somos felizes. e sempre que olho para ela para lá dos defeitos vejo a minha aliada e companheira de caminho. a vida aqui é pesada. tudo aqui é pesado nós fazemo-lo ser leve. haja parvoíce, alegria, bom humor e capacidade de nos rirmos do mundo, de nós e dos outros.
vivemos na esquizofrenia de não sentir vontade de sair. e quando saímos não querer voltar do tanto que nos sentimos bem. vivemos entre as lágrimas e o sofrimento dos desafios que se avizinham e piadas mais sem sentido da nossa condição e das loucuras que fazemos. adorava explicar-vos como foi difícil caminhar juntas ao início. mas e porque queremos, porque nos predispomos a percorrer juntas este caminho somos felizes. e sempre que olho para ela para lá dos defeitos vejo a minha aliada e companheira de caminho. a vida aqui é pesada. tudo aqui é pesado nós fazemo-lo ser leve. haja parvoíce, alegria, bom humor e capacidade de nos rirmos do mundo, de nós e dos outros.
assim é a
vida. assim quero viver sempre nesta corda bamba de sou imensamente feliz e
completa mas um querer mais. entre o sofrimento e a violência, entre os
cenários horríveis que se repetem de casa em casa em todas as classes sociais e
até de pais para filhos. entre ouvir histórias que partem o coração entre ver o
sofrimento e a violência à minha frente e sonhar, sonhar sempre. não só para
mim mas para eles. é eu sonho. eu acredito e confio. e concretizo. não mudo o
mundo. não tenho ilusões. mas enquanto houver uma família a ter vontade de
mudar de fazer melhor, de querer fazer diferente para o filho ser feliz,
plenamente feliz tudo está bem. tudo está bem quando em cem pessoas há uma com
vontade de amar melhor. tudo está bem quando vêm às orações e actividades para
receber um abraço nosso. o que mais dou é abraços, orações que não são mais que
imaginar as pessoas cheias de luz. o que dou mais é amor fazendo questão de me
sentar e ouvir como se não tivesse nada para fazer a seguir. porque não tenho.
e se tiver deixarei de ter. tudo está bem ainda que eu adormeça a chorar de
dores de crescimento e saudades. tudo está bem ainda que adormeça que nem
menina de dois anos agarrada a uma manta com o cheiro de quem me faz sentir
casa. tudo está bem quando desabo a chorar e a andrea me olha e chora comigo.
tudo está bem quando pela primeira vez me sinto livre e adulta na comunicação.
pela primeira vez sinto-me adulta capaz de partilhar o que sinto mesmo com medo
e insegurança. quando me sinto crescer por dentro com nunca. quando sinto que
me amo por dentro e por fora como nunca antes. tudo está bem e se não está nós
fazemos ficar.
tudo está
bem quando fazemos cimento para fazer o chão, fazemos ligações elétricas,
quando tapamos buracos para os ratos não entrarem. tudo está bem quando
dormimos sobre cadeiras porque o chão é de areia e sabe deus que bichos terá
como habitantes. tudo está bem quando nem casa de banho temos no sitio onde
ficamos por uma semana e temos de ajudar a banhar-nos uma à outra. tudo está
bem quando na semana seguinte vamos ao machupichu e o nosso pacote inclui um
hotel requintado. tudo está bem quando negociamos melhor que um peruano e
terminamos a fazer amizade, porque enfim nós somos nós e o senhor entre risos
baixa ainda mais o preço. tudo está bem. tudo está bem sempre que olhamos o
lado positivo e fazemos humor com o lado desafiante. tudo está bem sempre que
mantivermos a capacidade de rir, amar e sonhar.
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