raiva. raiva. raiva. quantas vezes posso escrever raiva sem parecer demasiado? quantas vezes posso odiar? estou cansada? quero uma família calma. uma vida pacata. eu sei tudo e mais alguma coisa mas em dias como hoje estou só cansada, aborrecida. cansada das coisas não mudarem, continuarem as mesmas. cansada dos problemas serem sempre os mesmos. cansada de amar. cansa da compaixão.

há dias que sou só cansaço. raiva. medo de ser sempre assim.

talvez, nestes dias, seja eu quem precisa de amor, abraços e compaixão. talvez nestes dias seja eu quem precisa de amar. preciso de me encher de amor de estar repleta de compaixão para depois compartilhar. só podemos dar o temos. senão o sinto? como posso dar compaixão senão a tenho por mim?

ama-te paula. tem compaixão de ti. e depois abraça o mundo. mas aprende, meu amor, a amar-te a ti antes de amar o mundo. a cuidar de ti antes de cuidar do mundo. a ter compaixão de ti antes de ter compaixão do mundo.

meu amor, recorda-te de mim. eu, deusa em ti. eu. tu. nós. volta. volta sempre. eu estou cá sempre a acolher os teus sentimentos, por mais negros e horríveis que sejam. eu não tenho medo de ti. não me assustas. eu amo-te com todos os teus monstros no armário. eu amo-te tal e como és.

então vem. volta. e redescobre quantas vezes precisares que te amas. te cuidas. e te tens compaixão. e renova este tratado de amor por ti.

verás que depois de te descobrires amada e abraçada. o mundo se torna diferente. porque já não vibras na escassez mas na abundância.

abraço-te. cuido-te. amo-te.