muitas coisas em mim mudam e mudarão. mas a igreja ainda é o sítio onde mais me sinto em casa, em paz.  exercícios espirituais ainda são os momentos que, em silêncio para comigo e com deus, preciso para parar e não me preocupar com mais nada só mesmo cuidar de mim e da minha casa interior. e, a minha fé, a minha espiritualidade sempre será parte daquilo que sou, da forma como vivo, como sirvo e como amo. hoje pela primeira vez reconheço, uma outra vez, que sou chamada a este mundo a ser feliz por inteiro e a viver a minha fé, a minha espiritualidade e quem sou inteira, só assim posso ser feliz. 

nunca me deixei levar por vozes exteriores que me diziam como me devia sentir, ou como me devia comportar. sou de mim, sou deus. tal como cada um de nós tem-no inteiro em quem somos. eu sei é esquisito e diferente este conceito onde deus não só habita, como é cada um de nós. em que deus é, tal como nós, imperfeito e ferido. mas é pelas imperfeições e através das feridas que entra a luz. "There is a crack in everything, that's how the light gets in" (Autor Desconhecido)

então deus está em todas as periferias e feridas do mundo. o meu deus é um deus ferido, tal como fala Tomás Halik. não é um super herói, não está nos céus ou num reino longínquo. está no canto mais escuro onde racionalmente ninguém iria ou julgaria possível ele estar. esse é o o deus em que acredito. o que é alá, vida, universo, homem, mulher, trans, cis, tudo o que somos e nos faz sentido. o que não está acima nem ao lado nem dentro de nós, deus sou eu, és tu, somos nós.