11.4.17

ao cair, de olhos marejados, vi o céu estrelado

Abandona a imoralidade de ser infalível e dá tamanho ao mundo inteiro, galáxias desgovernadas incluídas, lembranças e segredos incluídos. Saberás então que há poucas belezas mais extensas do que o despropósito de uma ideia: a liberdade de estar rotundamente errado.
José Luís Peixoto

há dias horríveis. há dias em que sentes uma dor horrível que parece não ter fim. há dias em que conduzes a ouvir música e a chorar. e sempre que a música volta ao inicio voltas a chorar. há dias em que se faz inverno em ti e a tempestade parece não ter fim. há dias em que até a tua voz te denuncia e a tua maior força é a tua fragilidade. há dias em que de mim só restam vísceras e que me apresento do avesso. há dias em que o modo automático parece estar avariado. há dias em que parece que caíste de uma escada e ao olhar para cima pareces não ter memória da força e da coragem que outrora te fizeram subir tantos degraus. há dias em que te sentes de fato a pior pessoa do mundo, pelo menos a mais horrível. e dize-lo porque o sentes.
nesse dia e mesmo vestindo tempestades não rejeites o feixe de luz que se apresenta à tua frente, segue o caminho da luz, abraça a luz e vai. vai. vai. mereces essa luz. depois de bater no fundo do poço o caminho a percorrer é para cima. acordei, vesti-me de paz e serenidade. abracei-me. amei-me. curei-me. lambi as feridas uma e outra vez. as tempestades não duram para sempre. a primavera sempre chega. às vezes parece que ando num ciclo vicioso e pareço andar a enfrentar os mesmos medos e a ultrapassar as mesmas coisas vezes infinitas. sei agora que se trata de uma espiral ascendente. trata-se de uma escada sem corrimão, cheia de pedras e obstáculos. mas se estamos em paz e serenidade e temos o amor como o nosso mundo então chegamos sempre onde e às pessoas que nos esperam.

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