24.4.17

fui ser feliz e não voltei

ouvimos sempre aquelas frases batidas e cliché. ouvimo-las tantas vezes que já cansa ouvi-las e lê-las novamente. às vezes, tantas vezes, deixo-te porque seguimos caminhos diferentes e dou por mim a chorar.  não te disse. mas fico a chorar. custa-me sempre deixar-te. choro-te a ausência de ti em mim ainda que te saiba presente. entrego-me às saudades por antecipação. entrego-me aos dramas e filmes que elaboro na minha mente. são tantos os filmes que poderia ser realizadora de cinema. grito em silêncio que ninguém me entende. tento em vão resolver a vida dos outros, viver a vida dos outros por eles. a amizade e o amor têm intermitências. e eu sei. mas sabes eu esqueço-me disso quando te vejo ir embora todo o tempo com os meus príncipes é pouco. todos os dias, horas, minutos e segundos não bastam. todas as declarações de amor são poucas. sempre quis saber o que era o amor. sempre quis amar alguém para sempre. Deus juntou-nos, tornou-nos família, irmãos, rainhas e príncipes de reinos diferentes mas que ousam viver e caminhar juntos. construímos raízes e agora a vida pede-nos para as transformar em asas. porque o amor não prende, voa. e eu escrevo-o e reescrevo-o. digo e repito-o. até fazer deste repto verdade em mim, até ser mais um tijolo, mais um pedaço de barro do caminho que trilho. os meus príncipes são os meus amores. podia falar-vos do que me deram e do quanto de mim se deve a eles mas uma vida não chega, precisaríamos de outras tantas.
o amor não é fácil, é difícil. mas não dói. o amor é sempre bom, sereno e doce como mel. o que dói é o medo, a ansiedade dos filmes que construímos na nossa cabeça. os filmes são tão bons que quase nos esquecemos que são filmes, que não é a realidade. os filmes são tão bons que agimos tantas vezes na vida real tomados pelo medo e pela ansiedade. é preciso saber deixar as telenovelas na televisão e os filmes na nossa cabeça. é preciso ignorar, não ligar aos pensamentos, não nos levar demasiado a sério, brincar conosco e seguir em frente. é preciso cair, uma e outra vez, esfolar os joelhos uma e outra vez e errar uma outra vez. mas continuar, sempre. é preciso manter o foco e ser feliz mesmo de olhos marejados, desventrados e de cabeça para baixo. viver não é fácil. ir em missão não é fácil. crescer não é fácil. evoluir e aprender não é fácil.
mas esta que vos escreve ainda que esteja dramática, faça mil e um filmes por minuto, erre, caia, seja uma pessoa horrível para quem ama, tenha voltado a ter atitudes que não tinha há anos, se tenha deixado levar pelos dramas, medo e ansiedade como já não acontecia há tempos. esta que vos escreve está desventrada, nua no meio da multidão. mas está feliz. eu escolhi o que me faz feliz. eu escolhi o amor. eu já andei pelo caminho fácil e já me dei à preguiça. mas viver ainda que me faça chorar muitas vezes é melhor, tão melhor, que deixar passar a vida ao lado.

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