28.5.25

acho que ainda não tinha acabado o meu livro porque ainda não tinha descoberto como o podia acabar. qual seria o seu final. qual seria o próximo inicio. ir em missão é uma viagem sem regresso. e eu embarquei na segunda missão sabendo isso. mas ainda que tivesse consciência de que seria uma viagem sem regresso não sabia que iria estar tanto tempo perdida, tanto tempo orfã sem saber onde estou, onde quero ir, para onde quero ir, como quero ir. o meu mundo não virou do avesso. fui eu quem o virou do avesso por descobrir que o avesso agora é o meu lado certo. fechei portas. encerrei ciclos. dei-me tempo. curei-me. permiti-me habitar o vazio, o espaço, permiti-me explorar. fui-me fiel. fui-me dedicada. e por isso hoje sei o fim. 
muitas vezes na minha vida me dizem e disseram: "mas paula é só isso. não há problema."
não me importa o tamanho do que é. se me toca nos meus valores eu sei a resposta imediatamente. tomei decisões drásticas que a muita gente demorariam muito tempo a decidir. eu percebi sempre. não estou em lugares que não aceitam integralmente as pessoas que amo. assim decidi que saia da igreja. não posso habitar e fazer parte de um lugar que não aceita, reconhece o todo que as pessoas que amo são. assim descobri o passo a seguir. eu não sou de falar muito. mas há coisas que não fazem calar. e eu hei-de falar sempre para defender os direitos dos que não têm voz. eu hei-de lutar sempre para que os que não têm força de ter voz, seja porque motivo for, possam ser livres de decidir, livres de escolher, livres de votar.

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